EMEF SÔNIA MARIA de AZEVEDO
Ainda
em 1790, a Vila de Santarém contava com as povoações de Itaberoê, Finca e Rio do
Campo; tinha uma população de 300 índios, entre estes, muitos miscigenados com
brancos; a sua produção mercantil era constituída por arroz, algodão, café,
exploração de madeira e Piaçava. A povoação mais importante da vila era chamada Porto da Vila, habitada por
portugueses que moravam em terras arrendadas aos índios e se dedicavam à
cultura de arroz, café e cana. Também possuíam nestas cercanias muitas serras d’água para madeiras, ainda um
porto, que comunica-se à Barra do
Serinhaém, a distância de quatro léguas.
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| Ìndios extraíndo a madeira pau-brasil |
Além
da agricultura de subsistência e da extração de madeiras, os índios reduzidos
na aldeia e depois na vila de Santarém, eram hábeis na manipulação de fibras
vegetais, a exemplo da extraída da palmeira Ticum, que servia para fiar e fazer
redes e linhas de pesca, bem como as embiras, “que correspondiam a uma gama de
vegetais fibrosos da terra de largo uso entre os índios – como a piaçava, o
gravata, o guaxumim etc. Os quais tiveram grande utilidade na ribeira em
Salvador para a confecção de massa de calafetamento, em substituição às estopas
importadas, além de cordoarias.
A
EMEF Sônia Maria de Azevedo revisa os ciclos econômicos do munícipio, a saber
que entre o campo e o litoral esta terra recebeu de presente de Deus um grande
potencial produtivo que já esta explicito no brasão da bandeira municipal
criado na década 1960 com exaltação as culturas da seringueira, piaçava, o
dendê e os recursos hídricos representado pela torre da Hidrelétrica de Pancada
Grande.
O cacau que fora
introduzido nas terras baianas Em 1746 no eixo Ilhéus e Canavieras que ganhou espaço
nas diversas propriedades rurais deste vilarejo; a expansão da lavoura
cacaueira por estas bandas desenvolveu-se graças ao suor e sangue de homens e
mulheres, roceiros e roceiras que a muito custo promoveram incremento da lavoura cacaueira nas terras do
Baixo Sul da Bahia. Foi nestes cenários
que viveram os Coronéis do Cacau, tendo como principal protagonista Coronel
Barachisio Lisboa.
Com o
desenvolvimento, a população passou a ocupar o ponto mais baixo próximo ao rio,
foi criado o porto de Santarém, parada obrigatória das embarcações vindas de
Salvador para o Sul da Bahia, fato este que acelerou o desenvolvimento da Vila.
Elevação a
categoria de Municipio – 1909
A Lei estadual
nº. 759 de agosto de 1909 elevou a Vila de Santarém a categoria de cidade,
constituída de dois distritos: Capela do Rio do Peixe (atual Piraí do Norte) e
Gandú. Passados 34 anos, em 31 de dezembro de 1943, o decreto Lei
nº. 141 muda o nome da cidade, que passou então a se chamar Serinhaém, nome do
rio que corta a cidade.
Em menos de um
ano, no dia 1 de junho de 1944, durante a segunda Guerra Mundial, o nome da
cidade volta a ser modificado, desta vez por solicitação feita pelo Governo
Federal, sob alegação de haver uma cidade de mesmo nome e em maior estágio de
desenvolvimento no Estado do Pará, além gerar problemas e embaraços quanto aos
endereços postais. A cidade então
promove um concurso para escolher um novo nome, vencido pelo cabeleireiro
conhecido pelo apelido de “Buzeco”, o Sr. José Manoel de Azevedo, que a batizou
de Ituberá, nome também de origem tupi guarani, que significa Cachoeira
Brilhante, Reluzente.
De acordo com a lei
nº. 628, de 30 de dezembro de 1953, ficou então o município de Ituberá
constituído de cinco Distritos, a saber: Ituberá – sede administrativa do
Município; Gandú; Itamarí; Nova Ibiá e Pirai do Norte. Nas suas últimas décadas
o município perdeu parte de seu território original, sendo hoje constituído pela
sede administrativa –
Ituberá e pelos povoados: Itaberoe; Rio do Campo, Barra do Seinhaém ,Vila de
Itajaí e Colônia.
Foi a partir da
década de 1950 que houve uma expansão no desenvolvimento regional que atraiu
empresários nacionais e internacional á época um dos maiores do país, para cá
vieram a construtora Odebrecht e seus sócios os principies de Orleans e
Bragança para criar a SAICI S.A. Ituberá Comercio e Industria, a Standard Oil,
a Firestone, a Usina Hidrelétrica de Pancada Grande e o Núcleo Colonial de
Ituberá com a Imigração japonesa em 1954.
Anos mais tarde
o Município assistiu o apogeu agrícola coma criação de inúmeras empresas e
institutos ligados a este setor a exemplo da Agro Industrial, CEPLAC, SUDEVIA,
Cultrosa, Agrisa, Brahma, Malibu, Satril, Jubiaba, Jacarandá, Contendas e
tantas outras ,neste contexto as lavouras
permanentes exibiam o cacau, seringueira cravo da índia e o guaraná.
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| Produção dos imigrantes japoneses em Ituberá | Foto: Associação Cultura Nippo Brasileira de Ituberá, |
Apesar deste
ciclo tenha sido reconhecido pela sua importância econômica e social a crise da
vassoura de bruxa na década de 1980 na lavoura cacaueira levou os agricultores a buscar novos caminhos para sustentabilidade,
muitas famílias de lavradores foram
obrigados a migrarem para o sul do Brasil. Para os que resistiram tiveram que
se adaptarem as cadeias produtivas da
pesca, da piaçava e da mandioca.
Em 1966 o Agrônomo Antônio Lemos Maia assim falou
sobre a agricultura de Ituberá :” ... Com o aproveitamento da área rural de
Ituberá; claro que a cidade progredirá; pois não existe cidade próspera em meio
rural inculto e nem atraso em meio de riqueza.” Na atualidade o município de Ituberá se destaca nas produções agrícolas do guaraná, cupuaçu, cacau, piaçava, seringueira, pimenta do reino, cravo da índia, mangustão ,o rambutão e a pupunha.
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| Dendê, Cacau, Guaraná e Seringueira - Produtos típicos da região |
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| Cravo, cupuaçu e piaçava - mais produtos típicos da região |
Já na costa litorânea são realizadas pescas em mar aberto ou no próprio canal do Rio Serinhaém utilizando embarcações artesanais e motorizadas.
Referências:
DIAS, Marcelo Henrique. Economia, sociedade e paisagens da capitania e comarca de Ilhéus no
período colonial. 2007. 424 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação
em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói.
ODEBRECHT, Norberto. Desenvolvimento sustentável: a visão e a ação de um empresário: o caso
do Baixo Sul da Bahia/ Norberto Odebrecht- Salvador: CRA- Centro de
Recursos Ambientais, 2004.
SILVA,
Egnaldo Rocha. Ituberá: breve histórico.
Ituberá-BA. Texto escrito a pedido da Sec. de Cultura e Turismo, 2011.






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