quinta-feira, 31 de julho de 2014

Caminhos de Serinhaém

EMEF HORÁCIO DE MATOS JÚNIOR


Já tanta coisa aprendi
Mas o que é mais meu cantar
É isso que eu canto aqui
Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais
Onde eu nasci passa um rio
Que passa no igual sem fim
Igual, sem fim, minha terra
Passava dentro de mim
Passava como se o tempo
Nada pudesse mudar
Passava como se o rio
Não desaguasse no mar
O rio deságua no mar

O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Deságua em meu coração
 
Onde eu nasci passa um rio musica do cantor e compositor baiano Caetano Veloso é um hino as populações ribeirinhas que tem um rio que corta a as suas terras, o nosso rio atende pelo nome de Serianhém ( do Tupi Ciri-nhãe, “ o viveiro dos siris”) ele nasce nas montanhas do Baixo Sul da Bahia irrigando lavouras, lavando sonhos, alimentando a vida de tanta gente, até se agregar a tantas aguas de outros irmãos rios Cagados, Piabas, Juliana, Barro, Finca  para se consolidar no  canal do Serianhém.
O EMEF Horácio de Matos Júnior mergulha nas aguas mornas e serenas deste rio para homenageá-lo ao tempo que convida a população a escrever em suas agendas os cuidados que todos nós devemos ter para preservar este patrimônio natural.


Foto: Vange Medeiros (2010)

Há Serianhém se tu pudesse falar tudo que tu já assististe no apogeu da  Cabotagem, este tipo de navegação realizada entre os portos de um mesmo país sem perder de vista a costa litorânea época em que Os barcos cuidavam basicamente do transporte dos principais produtos regionais: a piaçava, os pescados e o cacau, este o mais importante o porto de Ituberá fundado em 1949 recebia navios- tanques de até 1.500 toneladas.

 “O mundo é o mar, maré de lembranças, lembranças de tantas voltas que o mundo dá” a poesia de Vevé  Calazans e Jorge Portugal bem ilustra a saga daqueles audazes mestres da navegação quando desafiavam a força dos fenômenos entre tempestades e calmarias para cumprir a sua função. Estão também neste contexto o pescador, a marisqueira e o ribeirinho  todos parte do mesmo rio, do mesmo mangue, do mesmo estuário de águas calmas onde o pescador ganha seu pão de cada dia na  canção Pescaria de Dorival Caymmi:

Ô canoeiro
bota rede,
bota rede no mar
ô canoeiro
bota rede no mar.
Cerca o peixe,
bate o remo,
puxa corda,
colhe a rede,
ô canoeiro
puxa rede do mar.

Vai ter presente pra Chiquinha
ter presente pra Iaiá
ô canoeiro puxa do mar.
Cerca o peixe,
bate o remo,
puxa corda,
colhe a rede,
ô canoeiro
puxa rede do mar.
Louvado seja Deus
Ó meu pai.

Fotos: Acervo Pessoal Celenalva Cabral

O estuário e o manguezal são o berçário da biodiversidade da vida marinha um desfrute para os ribeirinhos que vivem no seu entorno do lado esquerdo as comunidades do município de Ituberá Rio do Campo e Barra de Serinhaém, da margem direita Pescaria, Timbuca e Contrato.
A força da Cultura da pesca esta viva nas águas do Serianhém que para extrapolar a lubata da pesca e mariscagem estes ribeirinhos celebram seus santos pedindo a eles proteção em rituais festivos onde a Romaria de Nossa Senhora da Boa Viagem é a celebração mais simbólica.

Romaria de Boa Viagem 2014 - Foto: Francisco Junior

A Sustentabilidade ambiental do Canal Serianhém com sua passagem fascinante com apelo turístico, seu manancial  de vida marinha em destaque para os crustáceos  e sua  população de gente guerreira e festeira  vai se dar a partir da consciência da preservação ambiental  para termos as praias sempre, os peixes de sempre, as festas de sempre e a vida de sempre. 

Serianhém ( do Tupi Ciri-nhãe, “ o viveiro dos siris”)

Referências:

PANORAMA CULTURAL DA BAHIA./ Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia; secretaria da cultura. – Salvador: SEI, 2012.

ODEBRECHT, Norberto. Desenvolvimento sustentável: a visão e a ação de um empresário: o caso do Baixo Sul da Bahia/ Norberto Odebrecht- Salvador: CRA- Centro de Recursos Ambientais, 2004.


Músicas:

- Onde Nasci Passa Um Rio ( Caetano Veloso)
- Pescaria (Dorival Caymi)




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