EMEF HORÁCIO DE
MATOS JÚNIOR
Já tanta coisa aprendi
Mas o que é mais meu cantar
É isso que eu canto aqui
Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais
Onde eu nasci passa um rio
Que passa no igual sem fim
Igual, sem fim, minha terra
Passava dentro de mim
Passava como se o tempo
Nada pudesse mudar
Passava como se o rio
Não desaguasse no mar
O rio deságua no mar
O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Deságua em meu coração
Onde
eu nasci passa um rio musica do cantor e compositor baiano Caetano Veloso é um
hino as populações ribeirinhas que tem um rio que corta a as suas terras, o
nosso rio atende pelo nome de Serianhém ( do Tupi Ciri-nhãe, “ o viveiro dos
siris”) ele nasce nas montanhas do Baixo Sul da Bahia irrigando lavouras,
lavando sonhos, alimentando a vida de tanta gente, até se agregar a tantas
aguas de outros irmãos rios Cagados, Piabas, Juliana, Barro, Finca para se consolidar no canal do Serianhém.
O
EMEF Horácio de Matos Júnior mergulha nas aguas mornas e serenas deste rio para
homenageá-lo ao tempo que convida a população a escrever em suas agendas os
cuidados que todos nós devemos ter para preservar este patrimônio natural.
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| Foto: Vange Medeiros (2010) |
Há
Serianhém se tu pudesse falar tudo que tu já assististe no apogeu da Cabotagem, este tipo de navegação realizada
entre os portos de um mesmo país sem perder de vista a costa litorânea época em
que Os barcos cuidavam basicamente do transporte dos principais produtos
regionais: a piaçava, os pescados e o cacau, este o mais importante o porto de
Ituberá fundado em 1949 recebia navios- tanques de até 1.500 toneladas.
“O mundo é o mar, maré de lembranças,
lembranças de tantas voltas que o mundo dá” a poesia de Vevé Calazans e Jorge Portugal bem ilustra a saga
daqueles audazes mestres da navegação quando desafiavam a força dos fenômenos
entre tempestades e calmarias para cumprir a sua função. Estão também neste
contexto o pescador, a marisqueira e o ribeirinho todos parte do mesmo rio, do mesmo mangue, do
mesmo estuário de águas calmas onde o pescador ganha seu pão de cada dia na canção Pescaria de Dorival Caymmi:
Ô
canoeiro
bota
rede,
bota
rede no mar
ô
canoeiro
bota
rede no mar.
Cerca
o peixe,
bate
o remo,
puxa
corda,
colhe
a rede,
ô
canoeiro
puxa
rede do mar.
Vai
ter presente pra Chiquinha
ter
presente pra Iaiá
ô
canoeiro puxa do mar.
Cerca
o peixe,
bate
o remo,
puxa
corda,
colhe
a rede,
ô
canoeiro
puxa
rede do mar.
Louvado
seja Deus
Ó
meu pai.
O
estuário e o manguezal são o berçário da biodiversidade da vida marinha um
desfrute para os ribeirinhos que vivem no seu entorno do lado esquerdo as
comunidades do município de Ituberá Rio do Campo e Barra de Serinhaém, da
margem direita Pescaria, Timbuca e Contrato.
A
força da Cultura da pesca esta viva nas águas do Serianhém que para extrapolar
a lubata da pesca e mariscagem estes ribeirinhos celebram seus santos pedindo a
eles proteção em rituais festivos onde a Romaria de Nossa Senhora da Boa Viagem
é a celebração mais simbólica.
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| Romaria de Boa Viagem 2014 - Foto: Francisco Junior |
Referências:
PANORAMA
CULTURAL DA BAHIA./ Superintendência de
Estudos Econômicos e Sociais da Bahia; secretaria da cultura. – Salvador:
SEI, 2012.
Músicas:
- Onde Nasci Passa Um Rio ( Caetano Veloso)
- Pescaria (Dorival Caymi)





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