sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Memórias

COLÉGIO ESTADUAL IDELZITO ELÓI DE ABREU

Cavalaria de abertura na Micareta do Palmeiras Futebol Clube (Década de 50-60) | Acervo: Lair Araújo

Se lembra da fogueira
se lembra dos balões
se lembra dos luares, dos sertões
A roupa no varal, feriado nacional
e as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha falava de amor
Pois nunca mais cantei, maninha,
depois que ele chegou
Se lembra da jaqueira
a fruta no capim
o sonho que você contou pra mim
Os passos no porão
lembra da assombração
e das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, maninha,
coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
no chão que ele pisou
Se lembra do futuro
que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim tão sozinho
a me torturar
que um dia ele vai embora, maninha
pra nunca mais voltar

Terno da Esmeralda (1957) | Acervo: Lair Araújo

Odaliscas do Baile de Carnaval (1959) | Acervo: Lair Araújo

Você tem saudade de que?

A poesia de Chico Buarque de Holanda nos convida a brincar com as nossas reminiscências talvez da infância, daquela festa, daqueles costumes ou de um amor que erra vidro e se quebrou.
Num passado não muito distante muitas as famílias Ituberaenses se reuniam em agremiações para coletivamente celebrarem as suas festas, nestas celebrações exibiam seus gostos ostentando a alegria de viver nos endereços Palmeira Futebol Clube, Vitoria Futebol Clube, Clube Firestone, Ringue e nas ruas da nossa cidade ou na roça, eram festas memoráveis.
Sem mera nostalgia aquelas festas eram, sobretudo, eventos e celebrações
 da cultura popular capaz  enraizar em cada um dos participantes, do grupo social, seus
valores, suas normas, tradições, resistências e memorias como diz René Marc:

Carnaval 1955 | Acervo: Lair Araújo

Carnaval 1955 | Acervo: Lair Araújo

“Falar da memória é, antes de tudo, falar de uma faculdade
humana. A faculdade de conservar estados de consciência pretéritos
e tudo o que está relacionado a eles. Bem, a faculdade da memória é
responsável por nossas lembranças. Certo, mas falar de lembranças
é falar necessariamente de quem lembra. Ora, quem efetivamente
recorda são os indivíduos. Portanto, toda memória humana é memória
de alguém, de um indivíduo. Ela se refere, antes de tudo ao Eu, ao
olhar que essa pessoa constrói a respeito de si mesma, da identidade,
portanto, de quem efetivamente recorda.”




Voltando a pergunta inicial Você tem saudade de que? O colégio Idelzito Elói de Abreu abriu os álbuns das famílias, proseou com pessoas que viveram aquela época e se encantou com as lembranças das noites do São João tradicional,  dos bailes, das  micareta, dos mascarados e de ver a banda passar tocando coisas de amor. Estas são as nossas saudades.




Referências:

SILVA, René Marc da Costa. Cultura popular e educação Salto para o futuro Brasília - TV Escola/SEED/MEC.

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