sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Arte e Patrimônio Cultural



EMEF PRESIDENTE ROOSEVELT

O que é patrimônio?

     Quando falamos em patrimônio, pensamos logo em bens, em objetos de valor.
     Pensamos em coisas que vão sendo construídas e acumuladas no decorrer do tempo, ao longo da existência... Coisas que podem ter um valor econômico, mas também valor efetivo, de uso, ou mesmo um valor simbólico. Herança paterna, e nesse sentido, também tem a ver com a pátria, e que podem referir-se a um complexo de bens, materiais ou não, sujeito a direitos e posses.

     E Patrimônio Cultural?
     Trata-se também de um conjunto de objetos ou bens de valor, com significado e importância para um grupo de pessoas. O Patrimônio Cultural de uma sociedade, de um país, diz respeito a sua cultura, que é todo o conhecimento que uma sociedade possui, é um processo dinâmico que se manifesta nas artes, na ciência, na tecnologia, na política, na religião, nas relações do cotidiano e que se utiliza das ideias, palavras, teorias e políticas diversas para se expressar. Logo, o Patrimônio Cultural é um produto coletivo, formado pelo conjunto de realizações de uma sociedade, e que vem sendo construído ao longo de sua história. Pertence, portanto, a todos os cidadãos. São essas realizações, produtos do trabalho e da criatividade de todos, que distinguem as sociedades e grupos sociais uns dos outros, dando-lhes seu sentido de identidade cultural.

Festa de Santo André, padroeiro de Ituberá (2011) | Foto: Vange Medeiros

 Bem, se toda a produção de uma sociedade ou de um grupo social é o seu Patrimônio Cultural, então:
1.  Esse patrimônio não é algo que foi criado uma vez e permanece sempre igual; a criatividade de um povo continua se expressando continuamente, inventando, mudando, adaptando seu modo de vida, de acordo com o processo dinâmico da cultura.
2.  Não apenas as obras de arte fazem parte do patrimônio cultural; ele também inclui os objetos de uso diário que são utilizados pelas pessoas nos diferentes períodos da história: vestimentas, adornos, objetos de culto, instrumentos e equipamentos domésticos e de trabalho etc.
3.  O Patrimônio Cultural brasileiro está construído não apenas pelas obras do passado, mas também por uma cultura viva e variada, graças à rica diversidade cultural do país.
     Tudo o que é produto da ação consciente e criativa dos homens sobre o seu meio ambiente, é Patrimônio Cultural. Esses bens e valores do Patrimônio Cultural podem ter um caráter material – objetos concretos – ou não.
     As ideias, teorias, doutrinas, os modos de fazer e viver, são bens não-materiais. Através deles, a humanidade evolui, conhece melhor a si própria e ao Universo, e garante sua sobrevivência no seu meio ambiente.
     Já os bens materiais, estes correspondem ao produto concreto das ações dos seres humanos, dependendo, portanto, do conhecimento acumulado pela sociedade, dos meios e instrumentos disponíveis, da criatividade de seus autores, do próprio meio ambiente, e englobam toda a sorte de coisas, objetivos, artefatos, construções.

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição | Foto: Raphael Monteiro (2010)

     Por quê preservar?
     Respeitar. Conservar, Defender. Manter a integridade dos traços que definem o bem. Preserva-se por respeito à natureza, à história, às coisas, e aos homens que produziram essas coisas: os bens culturais que nos cercam. Preserva-se por respeito ao direito das gerações futuras de conhecer e usufruir do que foi produzido por seus antepassados. Por respeito à memória.

     É assim que o mundo progride.
     E a evolução se faz pela soma das conquistas. Lamentavelmente, nem todos possuem a mesma consciência da importância do seu Patrimônio Cultural, levando à destruição e à perda de uma grande quantidade de bens de incalculável valor, por serem testemunhas insubstituíveis da história de um povo.

     Assim, por exemplo, a especulação imobiliária pode vir a destruir áreas de interesse ambiental ou paisagístico, imóveis ou conjuntos arquitetônicos e urbanísticos de grande valor histórico; grandes empreendimentos econômicos, como usinas, garimpos, plantações em grande escala, eventualmente, destroem sítios arqueológicos, paleontológicos, científicos, além de comprometer o meio ambiente. Isto, sem falar das interferências e modificações que podem vir a provocar nos hábitos, valores e costumes de pequenas comunidades e de grupos indígenas.

     Cada cidadão, portanto, deve ficar atento às iniciativas que visam lucros ou vantagens imediatistas para uma pequena parcela de indivíduos, sem se preocupar com as consequências futuras, essas iniciativas poderão causar enormes prejuízos ao Patrimônio Cultural que pertence a todos.
     O Patrimônio Cultural é um bem que, se preservado, possibilita a evolução da humanidade em busca de conhecimento, liberdade e qualidade de vida. É preciso garantir, então, que todos tenham acesso, igualmente, aos bens culturais que constituem o seu patrimônio.

Vista aérea do Dique de Ituberá durante festa de São João (2013) | Foto:  Duda Damásio


     Patrimônio tangível municipal

     A cidade de Ituberá não se caracteriza apenas pelas suas ruas e prédios, mas também pelos espaços que surgiram e modificaram-se ao longo dos anos. O Patrimônio Cultural de Ituberá vai além de seu patrimônio arquitetônico, sua implantação, seu desenho urbano. Ele está diretamente ligado à história da ocupação do território brasileiro, através da navegação e dos caminhos que ligaram este ponto do litoral ao interior do estado da Bahia.
     Este fato da história brasileira dá ênfase ao patrimônio da cidade de Ituberá. A cidade encontra-se harmoniosamente inserida na paisagem. Entretanto, observa-se uma expansão urbana desordenada em direção ao manguezal.

     A área urbana de Ituberá está localizada no vale do Rio Serinhaém, num trecho mais ou menos plano, rodeado por morros onde se encontram ainda remanescentes de vegetação da Mata Atlântica. Do ponto de vista da morfologia urbana, a topografia, o rio e a vegetação, são os elementos principais da configuração deste espaço.

     A vegetação emoldura a paisagem e a presença dos morros possibilita a existência de pontos de visuais de extrema importância para o entendimento da dinâmica urbana da cidade. Desses visuais descortinam-se belas paisagens do estuário do Rio Serinhaém e todo o desenho da cidade, onde se pode observar sua espacialidade e sua relação com o espaço natural – rio e encosta.
     Seu sítio primitivo localizado na parte alta – atual Vila de Santo André – possui um traçado típico dos assentamentos jesuíticos dos primórdios da colonização, à semelhança de outras aldeias localizadas no litoral brasileiro, como Trancoso e Porto Seguro.

     Neste sítio, encontramos o primeiro monumento religioso da cidade, a Igreja de Santo André, erguida no local da primitiva capela jesuítica. A igreja está localizada em uma das extremidades da praça com a fachada principal voltada para uma grande avenida – antigo terreiro onde a população se reunia – onde se desenvolvem suas residências.

     Sua fachada, voltada para o poente, sem torres e bastante alterada parece-nos inacabada. A igreja possui planta retangular, com sacristia lateral e cobertura em duas águas. O frontispício apresenta janelas coroadas por arcos plenos e portas encimadas por frontões.
     Em frente à igreja, no local do antigo terreiro dos jesuítas, desenvolve-se um casario singelo de casas justapostas, implantadas na testa da rua, com grande homogeneidade volumétrica, e uma tipologia, em sua maioria, de porta e janela, delimitando a larga avenida que hoje se encontra no local.
     Mantendo uma tradição, a cidade realiza neste local a festa popular em veneração a Santo André , que conta com a participação da população da cidade e de regiões próximas.
     No nível intermediário, na descida do morro em direção a parte baixa da cidade, o casario que ocupa espaçadamente as curvas de nível, contrasta com a vegetação da encosta, que serve como plano de fundo da paisagem, tornando o especo aprazível e mantendo a relação da cidade do cinturão verde que a circunda.

     Ainda na descida do morro, encontra-se em destaque a matriz da Igreja de Nossa Senhora da Conceição . Vale ressaltar que a matriz funciona, morfologicamente, na cidade “como ponto de força”, pois de vários pontos sua torre é visualizada, marcando a subida para a Vila de Santo André e possibilitando ao observador se localizar no contexto urbano.

     Construída na primeira metade do século XIX, a matriz de Nossa Senhora da Conceição está edificada sobre um terrapleno, possuído acesso através de uma grande escadaria, construída em 1930, juntamente com o adro e com o cruzeiro que está localizado no patamar intermediário desta escadaria.
     Sua fachada está subdividida em dois corpos, sendo emoldurada por cunhais e cornija. Seus vãos são emoldurados por verga abaulada, encimada por friso ondulado. O corpo lateral da fachada se prolonga dando origem a torre sineira, revestida de pastilhas, com terminação em bulbo com lanternim. A parte central do frontispício é coroada por um frontão de volutas ainda singelas.
     Na parte baixa da cidade, encontramos um sítio com ruas amplas, característica urbana do final do século XIX e início do século XX, este padrão urbanístico cria uma sensação de amplitude num espaço naturalmente reduzido pelo envolvimento de morros cria um contraponto com as ruas estreitas e sinuosas que entrecortam o morro e se espalham pela cidade em direção ao porto.
     Ao se analisar a arquitetura civil presente na parte baixa da cidade de Ituberá, verifica-se que esta apresenta, principalmente, edifícios de pequeno porte (um ou dois pavimentos), na sua maioria sem afastamento lateral, como são os exemplos de casas localizadas nas ruas Viana, Getúlio Vargas, Dr. Antônio Lemos Maia e Barachisio Lisboa, Casas de porta e janela, com telhado em duas águas e alguns exemplares, mais recentes, que apresentam platibandas e elementos decorativos característicos do final do século XX.

     Nota-se que alguns sobrados também sofreram modificações, procurando adequar-se aos novos estilos e à nova posição social galgada pelos seus proprietários. Estes edifícios, apesar de possuírem nas suas base uma estrutura formal e construtiva dos séculos XVIII e XIX, apresentam elementos decorativos que caracterizam as construções de estilo eclético ou do ar decô, como novos ornamentos, novas proporções nos vãos e novos estilos de esquadrias, que denunciam as transformações sofridas no processo de assimilação do “novo estilo” arquitetônico.
     Podem ser apreciados também alguns exemplares da arquitetura civil que se destacam por possuírem, além do valor histórico, um valor artístico, destacando-se na malha urbana pelo seu porte, tratamento adornativo, tipologia ou ainda pelo período de construção. Entre estes vale citar o sobrado do século XIX localizado à Praça Tiradentes, as casa da rua Barachisio Lisboa e o antigo Clube dos 25, hoje em estado de arruinamento.

     Na Praça Tiradentes e nas ruas mais próximas ao cais, encontram-se ainda sobrados que possuíam dupla função: comércio no pavimento térreo e residência no pavimento superior, características essas típicas da arquitetura do século XIX, principalmente nas cidades como Ituberá, que foram entreposto comercial.
     Entre os exemplares da arquitetura oficial existentes na cidade, destacamos o prédio da antiga Prefeitura Municipal, localizado à rua Barachisio Lisboa e o prédio da antiga Câmara de Ituberá, localizado na rua Ruy Barbosa.

     O edifício da Prefeitura, em estilo eclético tardio, construído entre as décadas de 10 e 20, possui planta retangular, sendo seus cômodos distribuídos em dois pavimentos. A fachada é coroada por platibanda, e na sua composição formal, ocorre uma predominância de vazios sobre cheios. As janelas rasgadas do pavimento superior são resguardadas por guarda-corpos de alvenaria que formam pequenas tribunas, sustentadas por balcões de massa. Já a Câmara possui partido em dois movimentos, planta retangular com fachada coroada por platibanda, e ornamentos bastante simplificados.
     Não podemos deixar de falar da vegetação planejada que também faz parte do Patrimônio Cultural de Ituberá. Inserida na mancha urbana, basicamente na Praça Tiradentes, ruas J. J. Seabra e Saúde, nas avenidas Hildebrando de Araújo Góes e Duque de Caxias, com alguns remanescentes de árvores que outrora eram podadas e davam a marca no perfil da cidade.
     Encontra-se também na zona rural e litorânea de Ituberá antigas casas de farinha e engenhos de dendê, ambos em perfeito estado de conservação e em utilização.
     Todo este patrimônio construído constitui o suporte físico da cidade de Ituberá. As modificações sofridas em consequência da ação do próprio homem determinam os diferentes níveis de interesse, inspirando Lia Motta (1994) à concluir que:
(...) Toda cidade tem sua história e seus significados representativos do processo de construção local e diante disto, seus valores e testemunhos podem e devem ser preservados. E esta possibilidade se dá independentemente do tamanho, antiguidade ou beleza das cidades.

     Esta nova visão de patrimônio possibilita cada vez mais uma participação da sociedade e das Administrações Públicas Municipais no processo de valorização do patrimônio, ampliando, consequentemente, o interesse e a coerência nos trabalhos de preservação das cidades.
     Ituberá não foge à regra, sua estrutura física – ambientes construídos, ruas, avenidas e praças – registram e documentam diferentes fases de desenvolvimento e declínio, em diferentes instantes de tempo. Isto é história merece ser conhecida para poder ser preservada.

 Patrimônio intangível municipal

     Ituberá é um município pluricultural e deve este atributo ao conjunto de características étnicas que formaram seu povo: índios, portugueses e negros. Esta diversidade contribui para a formação da nossa identidade cultural.
     Assim sendo, a nossa identidade coletiva pode ser definida pela posse de objetos que foram herdados dos nossos antepassados e que permanecem em nosso município há várias gerações. Aos mesmos podemos atribuir a capacidade de ligarmos o passado ao presente e darmos continuidade no futuro.
     Apresentamos abaixo algumas manifestações do patrimônio intangível municipal de Ituberá:
a.  Artesanato: utensílios domésticos e feitos de cipó, palha, piaçava e madeira.
b.  Manifestações folclóricas (cívicas, religiosas e populares): Novenário de Santo André, Tríduo de Nossa Senhora da Conceição, Novena de Nossa Senhora de Santana, Festa de São Braz na Lagoa Santa, Trezena de Santo Antônio, Festas Juninas, Romaria da Boa Viagem, Aniversário da Cidade, Candomblé Elétrico, Banda Boca de Lata, Terno de Reis, Quadrilha do Ridículo, Bumba-meu-boi, Burrinha, Mãe Candinha e terreiros de Candomblé .
c.   Culinária: moquecas de frutos do mar, banana e mamão verde, cocadas de frutas regionais, beijinho de goma com coco, beiju de rolo, canjica e bolo de raízes (aipim, mandioca e quiçare) .
d.  Tipos humanos: benzedeiras, caranguejeiros, marisqueiras, beiradeiros, camponeses e pescadores.
e.   “Causos” e lendas a exemplo as do quilombo da Lagoa Santa, e aprofundando ainda mais este tema, verificamos que existe uma grande diversidade no imaginário popular. Não podemos deixar de citar as informações coletadas pelo Professor Nelson de Araújo , que mapeou as regiões geo culturais do estado da Bahia:
(...) O mar, com efeito, preside há muito do espírito do povo de Ituberá. O mar e as suas assombrações, que atribulam os navegantes, a exemplo do “corpo santo”, luz azulada que aparece nos mastros dos barcos. É interpretada como um aviso de que vai haver naufrágio. O “biatatá” é também inimigo das embarcações, mas pode ser esconjurado mediante uma cruz ou um sino-salamão (signo Salomão) desenhado no casco.
O Biatatá, que assusta também em terra, é pela mesma forma luminosa. Trata-se, apenas, do nacional “boitatá”, já familiar do Pe. José de Anchieta ressalta Luís da Câmara Cascudo. Assombração de origem indígena, sua denominação se traduz por “cobra-de-fogo”. Corresponderia, no entendimento não assombrado, ao fogo-fátuo, ao passo que o corpo santo, de origem europeu-açoriana, de acordo com o mesmo autor, seria o fogo-santelmo.
Em Ituberá, aparece ainda Iemanjá, a mãe d’água da umbanda, e assim se fecha a ciranda dos três velhos imaginários nacionais – o europeu, o indígena e o africano – só possível em tal concentração e tal nitidez vocabular, no universo desse baixo-sul das baías de Tinharé e Camamu, por tanto tempo fechado ao mundo exterior pela carência de vias terrestres (...)

No processo de construção para a preservação do Patrimônio Cultural e da busca constante da identidade cultural, é que esse processo ganha força e nitidez  motivo que inspirou a EMFE Presidente Roosvelt a trazer para a Celebração dos 105 anos de Emancipação o tema acima citado  envolvendo a  escola nos mais diversos campos de ensino e aprendizagem,  junto com a sociedade e o poder público a conscientização e a preservação do tocante.
     O Conselho do Professor Baiardi , no discurso proferido ao povo de Ituberá, na comemoração dos seus 70 anos de emancipação política (14/08/79), ilustra o bem o desejo da equipe.
(...) Incutimos na nossa juventude o zelo patrimonial das coisas belas, estaremos passados, as gerações futuras, o fruto benéfico das nossas boas ações e assim fazendo, estaremos realçando Ituberá na tradição da própria Bahia e está se firmando no orgulho do nosso Brasil.

    
 Referência:

NORMANDIA, Josenildo dos Santos. Educação Patrimonial um estudo de Caso no Município de Ituberá. Faculdade da Ibiapaba, Ilhéus/Ba-2008

Memórias

COLÉGIO ESTADUAL IDELZITO ELÓI DE ABREU

Cavalaria de abertura na Micareta do Palmeiras Futebol Clube (Década de 50-60) | Acervo: Lair Araújo

Se lembra da fogueira
se lembra dos balões
se lembra dos luares, dos sertões
A roupa no varal, feriado nacional
e as estrelas salpicadas nas canções
Se lembra quando toda modinha falava de amor
Pois nunca mais cantei, maninha,
depois que ele chegou
Se lembra da jaqueira
a fruta no capim
o sonho que você contou pra mim
Os passos no porão
lembra da assombração
e das almas com perfume de jasmim
Se lembra do jardim, maninha,
coberto de flor
Pois hoje só dá erva daninha
no chão que ele pisou
Se lembra do futuro
que a gente combinou
Eu era tão criança e ainda sou
Querendo acreditar que o dia vai raiar
Só porque uma cantiga anunciou
Mas não me deixe assim tão sozinho
a me torturar
que um dia ele vai embora, maninha
pra nunca mais voltar

Terno da Esmeralda (1957) | Acervo: Lair Araújo

Odaliscas do Baile de Carnaval (1959) | Acervo: Lair Araújo

Você tem saudade de que?

A poesia de Chico Buarque de Holanda nos convida a brincar com as nossas reminiscências talvez da infância, daquela festa, daqueles costumes ou de um amor que erra vidro e se quebrou.
Num passado não muito distante muitas as famílias Ituberaenses se reuniam em agremiações para coletivamente celebrarem as suas festas, nestas celebrações exibiam seus gostos ostentando a alegria de viver nos endereços Palmeira Futebol Clube, Vitoria Futebol Clube, Clube Firestone, Ringue e nas ruas da nossa cidade ou na roça, eram festas memoráveis.
Sem mera nostalgia aquelas festas eram, sobretudo, eventos e celebrações
 da cultura popular capaz  enraizar em cada um dos participantes, do grupo social, seus
valores, suas normas, tradições, resistências e memorias como diz René Marc:

Carnaval 1955 | Acervo: Lair Araújo

Carnaval 1955 | Acervo: Lair Araújo

“Falar da memória é, antes de tudo, falar de uma faculdade
humana. A faculdade de conservar estados de consciência pretéritos
e tudo o que está relacionado a eles. Bem, a faculdade da memória é
responsável por nossas lembranças. Certo, mas falar de lembranças
é falar necessariamente de quem lembra. Ora, quem efetivamente
recorda são os indivíduos. Portanto, toda memória humana é memória
de alguém, de um indivíduo. Ela se refere, antes de tudo ao Eu, ao
olhar que essa pessoa constrói a respeito de si mesma, da identidade,
portanto, de quem efetivamente recorda.”




Voltando a pergunta inicial Você tem saudade de que? O colégio Idelzito Elói de Abreu abriu os álbuns das famílias, proseou com pessoas que viveram aquela época e se encantou com as lembranças das noites do São João tradicional,  dos bailes, das  micareta, dos mascarados e de ver a banda passar tocando coisas de amor. Estas são as nossas saudades.




Referências:

SILVA, René Marc da Costa. Cultura popular e educação Salto para o futuro Brasília - TV Escola/SEED/MEC.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Caminhos de Serinhaém

EMEF HORÁCIO DE MATOS JÚNIOR


Já tanta coisa aprendi
Mas o que é mais meu cantar
É isso que eu canto aqui
Hoje eu sei que o mundo é grande
E o mar de ondas se faz
Mas nasceu junto com o rio
O canto que eu canto mais
Onde eu nasci passa um rio
Que passa no igual sem fim
Igual, sem fim, minha terra
Passava dentro de mim
Passava como se o tempo
Nada pudesse mudar
Passava como se o rio
Não desaguasse no mar
O rio deságua no mar

O rio só chega no mar
Depois de andar pelo chão
O rio da minha terra
Deságua em meu coração
 
Onde eu nasci passa um rio musica do cantor e compositor baiano Caetano Veloso é um hino as populações ribeirinhas que tem um rio que corta a as suas terras, o nosso rio atende pelo nome de Serianhém ( do Tupi Ciri-nhãe, “ o viveiro dos siris”) ele nasce nas montanhas do Baixo Sul da Bahia irrigando lavouras, lavando sonhos, alimentando a vida de tanta gente, até se agregar a tantas aguas de outros irmãos rios Cagados, Piabas, Juliana, Barro, Finca  para se consolidar no  canal do Serianhém.
O EMEF Horácio de Matos Júnior mergulha nas aguas mornas e serenas deste rio para homenageá-lo ao tempo que convida a população a escrever em suas agendas os cuidados que todos nós devemos ter para preservar este patrimônio natural.


Foto: Vange Medeiros (2010)

Há Serianhém se tu pudesse falar tudo que tu já assististe no apogeu da  Cabotagem, este tipo de navegação realizada entre os portos de um mesmo país sem perder de vista a costa litorânea época em que Os barcos cuidavam basicamente do transporte dos principais produtos regionais: a piaçava, os pescados e o cacau, este o mais importante o porto de Ituberá fundado em 1949 recebia navios- tanques de até 1.500 toneladas.

 “O mundo é o mar, maré de lembranças, lembranças de tantas voltas que o mundo dá” a poesia de Vevé  Calazans e Jorge Portugal bem ilustra a saga daqueles audazes mestres da navegação quando desafiavam a força dos fenômenos entre tempestades e calmarias para cumprir a sua função. Estão também neste contexto o pescador, a marisqueira e o ribeirinho  todos parte do mesmo rio, do mesmo mangue, do mesmo estuário de águas calmas onde o pescador ganha seu pão de cada dia na  canção Pescaria de Dorival Caymmi:

Ô canoeiro
bota rede,
bota rede no mar
ô canoeiro
bota rede no mar.
Cerca o peixe,
bate o remo,
puxa corda,
colhe a rede,
ô canoeiro
puxa rede do mar.

Vai ter presente pra Chiquinha
ter presente pra Iaiá
ô canoeiro puxa do mar.
Cerca o peixe,
bate o remo,
puxa corda,
colhe a rede,
ô canoeiro
puxa rede do mar.
Louvado seja Deus
Ó meu pai.

Fotos: Acervo Pessoal Celenalva Cabral

O estuário e o manguezal são o berçário da biodiversidade da vida marinha um desfrute para os ribeirinhos que vivem no seu entorno do lado esquerdo as comunidades do município de Ituberá Rio do Campo e Barra de Serinhaém, da margem direita Pescaria, Timbuca e Contrato.
A força da Cultura da pesca esta viva nas águas do Serianhém que para extrapolar a lubata da pesca e mariscagem estes ribeirinhos celebram seus santos pedindo a eles proteção em rituais festivos onde a Romaria de Nossa Senhora da Boa Viagem é a celebração mais simbólica.

Romaria de Boa Viagem 2014 - Foto: Francisco Junior

A Sustentabilidade ambiental do Canal Serianhém com sua passagem fascinante com apelo turístico, seu manancial  de vida marinha em destaque para os crustáceos  e sua  população de gente guerreira e festeira  vai se dar a partir da consciência da preservação ambiental  para termos as praias sempre, os peixes de sempre, as festas de sempre e a vida de sempre. 

Serianhém ( do Tupi Ciri-nhãe, “ o viveiro dos siris”)

Referências:

PANORAMA CULTURAL DA BAHIA./ Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia; secretaria da cultura. – Salvador: SEI, 2012.

ODEBRECHT, Norberto. Desenvolvimento sustentável: a visão e a ação de um empresário: o caso do Baixo Sul da Bahia/ Norberto Odebrecht- Salvador: CRA- Centro de Recursos Ambientais, 2004.


Músicas:

- Onde Nasci Passa Um Rio ( Caetano Veloso)
- Pescaria (Dorival Caymi)




sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ancestralidade Africana

EMEF Altina Ana da Conceição

“ (...) Todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje (...).
   “Temos de saber o que fomos para saber o que seremos.”

Sabias são as palavras do educador Paulo Freire e também a inspiração da EMEF .... Localizada na Comunidade Quilombola da Ingazeira  em participar deste projeto apresentando a ancestralidade africana  a que muito tem a nos dizer  a saber que:  No Brasil, uma das matrizes que informam a tradição oral diz respeito às influências dos africanos aqui escravizados que para cá vieram, guardiões e guardiãs responsáveis por recriar a memória dos fatos e feitos de seus antepassados, resinificando a vida nos novos lugares de morada. Foram também poetas, músicos, dançarinos, estudiosos, mestres, conselheiros, denominados, de modo geral como contadores de histórias.

Baobá, a árvore do esquecimento

Diz a lenda que antes de serem embarcados nos navios negreiros, os escravizados africanos, sob chibatadas, eram obrigados a dar dezenas de voltas em torno de um imenso baobá – também chamado de embondeiro, em alguns países –, enquanto negavam seus nomes, suas crenças, suas origens, seu território, enfim, sua essência, para em seguida serem batizados com uma identidade cristã-ocidental e enviados para o cativeiro. Por isso, o baobá passou a ser chamado de a “árvore do esquecimento”, afinal, os “esquecidos” teriam deixado depositadas ali, no tal baobá, suas verdadeiras identidades e memórias.

Após darem as diversas voltas na lendária arvore os negros e negras lotavam os porões dos navios negreiros numa viagem infernal como declamou Castro Alves no seu Navio Negreiro:

São os filhos do deserto,  
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão. 
Ontem simples, fortes, bravos. 
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

Vindos dos principais portos africanos : Luanda, Benguela , Cabina e Benim, ao chegar aqui estes africano reconstruí o continente africano em terras brasileiras . Os estados  Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul , Recife e Bahia este último o mais representativo de todos  os estados.
A Embora não haja até o momento nenhum registro ou pesquisa que possa indicar com exatidão quando os negros chegaram a essa região, o certo é que a contribuição destes para formação socioeconômica e cultural do Baixo sul da Bahia e visível. O fato é que de forma lenta e gradual os negros aportaram por aqui, como discorre Antonio Risério (2003, p. 140) “a não ser por raros desembarques, os negros demoraram um pouco a chegar no litoral sul [da Bahia], e nunca chegaram aqui massivamente, como ocorreu na Bahia de Todos os Santos”

Negros - Imagem Ilustrativa | www.diariodaliberdade.org

As observações de Risério indicam ainda que como em outras regiões do país, aqui também houve resistência ao sistema escravista, argumentando que   a região da Bahia que mais proliferou a formação de quilombos foi a dos distritos sulinos de Cairu, Camamu e Ilhéus. Atualmente no Estado da Bahia são 258 comunidades Remanescentes Quilombolas, no território do Baixo Sul encontram-se mais de 40 dessas comunidades, em Ituberá, são cinco as comunidades até o momento certificadas pela Fundação Cultural Palmares, a saber: A comunidade de Lagoa Santa e Ingazeira, certificadas em 2005; Brejo Grande e São João de Santa Bárbara em 2006 e a Comunidade dos Cágados  em 2007.

Líderes da Comunidade do Quilombo da Lagoa Santa

Líderes da Comunidade do Quilombo da Ingazeira
Tais comunidades se caracterizam como remanescentes quilombolas por consistirem em grupos que desenvolvem praticas cotidianas de resistência na manutenção e reprodução dos seus modos de vida característicos e na consolidação de um território próprio. De acordo o Antropólogo e Historiador José Maurício Arruti (2006) essas comunidades representam uma categoria social relevante no meio rural brasileiro, dando nova tradução àquilo que era conhecido como comunidades negras rurais e remetem, em regra – não exclusivamente –, ao período da escravidão, ou seja, muitas delas têm a sua origem no pós-abolição, o que parece ser o caso das comunidades aqui do Município de Ituberá.

Essas comunidades utilizam as terras por elas ocupadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural. Encontram-se viva nelas praticas culturais que evidência a ancestralidade negra desses grupos, a exemplo do Samba de Roda e Marinheiro, onde homens e mulheres dançam e cantam numa coreografia empolgante, em que as mulheres sambadoras parecem flutuar ao som dos instrumentos em muitos casos – mas não unicamente – confeccionadas artesanalmente, e das chulas e quadras entoadas por todos.

Terno de Reis da Lagoa Santa

Um bom exemplo das raízes ancestrais dessas comunidades com a mãe África é o relato do major Dias de Carvalho apud Edison Carneiro ao descrever esse tipo de dança de roda em Luanda:


A dança é sempre de roda, e ao centro dela estão os tocadores de um, dois e três, e às vezes mais instrumentos de pancada... O passo é quase sempre o mesmo, variando em ser mais ou menos apressado conforme o andamento da música. Ginga-se mais ou menos também o corpo, andando-se sempre em roda, mudando-se de posição segundo as danças. Os cantos são sempre melodiosos (1982, p. 30).


Destacam-se ainda como patrimônio cultural nessas comunidade, as brincadeiras de roda, configurando-se como um dos mecanismos de lazer para as crianças. As Comunidades Remanescentes de Quilombos são exemplos de resistência e luta na preservação dos seus valores culturais, esses permanecem vivos na memória dos habitantes dessas comunidades e se expressam através da oralidade (TEIXEIRA, 2009), onde manifestações culturais, praticas religiosas, modos de produção e de sociabilidade são transmitidas de geração a geração.

Ilê Ayê -  O primeiro bloco afro do Brasil 


Referências:

SILVA, Egnaldo Rocha. Ituberá: breve histórico. Ituberá-BA. Texto escrito a pedido da Sec. de Cultura e Turismo, 2011.

REVISTA KAWÉ. Universidade Estadual de Santa Cruz- UESC, Núcleo de Estudos Afro- Baianos Regionais. Ilhéus- Ba , Editora Editus 2011.

Poema:

Navio Negreiro (Castro Alves)

Ciclos Econômicos


EMEF SÔNIA MARIA de AZEVEDO

Ainda em 1790, a Vila de Santarém contava com as povoações de Itaberoê, Finca e Rio do Campo; tinha uma população de 300 índios, entre estes, muitos miscigenados com brancos; a sua produção mercantil era constituída por arroz, algodão, café, exploração de madeira e Piaçava. A povoação mais importante da vila era chamada Porto da Vila, habitada por portugueses que moravam em terras arrendadas aos índios e se dedicavam à cultura de arroz, café e cana. Também  possuíam  nestas cercanias  muitas serras d’água para madeiras, ainda um porto, que  comunica-se à Barra do Serinhaém, a distância de quatro léguas.

Ìndios extraíndo a madeira pau-brasil


Além da agricultura de subsistência e da extração de madeiras, os índios reduzidos na aldeia e depois na vila de Santarém, eram hábeis na manipulação de fibras vegetais, a exemplo da extraída da palmeira Ticum, que servia para fiar e fazer redes e linhas de pesca, bem como as embiras, “que correspondiam a uma gama de vegetais fibrosos da terra de largo uso entre os índios – como a piaçava, o gravata, o guaxumim etc. Os quais tiveram grande utilidade na ribeira em Salvador para a confecção de massa de calafetamento, em substituição às estopas importadas, além de cordoarias. 

A EMEF Sônia Maria de Azevedo revisa os ciclos econômicos do munícipio, a saber que entre o campo e o litoral esta terra recebeu de presente de Deus um grande potencial produtivo que já esta explicito no brasão da bandeira municipal criado na década 1960 com exaltação as culturas da seringueira, piaçava, o dendê e os recursos hídricos representado pela torre da Hidrelétrica de Pancada Grande. 


Brasão do Município de Ituberá


O cacau que fora introduzido nas terras baianas Em 1746  no eixo Ilhéus e Canavieras que ganhou espaço nas diversas propriedades rurais deste vilarejo; a expansão da lavoura cacaueira por estas bandas desenvolveu-se graças ao suor e sangue de homens e mulheres, roceiros e roceiras que a muito custo promoveram  incremento da lavoura cacaueira nas terras do Baixo Sul da Bahia.  Foi nestes cenários que viveram os Coronéis do Cacau, tendo como principal protagonista Coronel Barachisio Lisboa. 
Com o desenvolvimento, a população passou a ocupar o ponto mais baixo próximo ao rio, foi criado o porto de Santarém, parada obrigatória das embarcações vindas de Salvador para o Sul da Bahia, fato este que acelerou o desenvolvimento da Vila.

Elevação a categoria de Municipio – 1909

A Lei estadual nº. 759 de agosto de 1909 elevou a Vila de Santarém a categoria de cidade, constituída de dois distritos: Capela do Rio do Peixe (atual Piraí do Norte) e Gandú. Passados 34 anos, em 31 de dezembro de 1943, o decreto Lei nº. 141 muda o nome da cidade, que passou então a se chamar Serinhaém, nome do rio que corta a cidade.

Em menos de um ano, no dia 1 de junho de 1944, durante a segunda Guerra Mundial, o nome da cidade volta a ser modificado, desta vez por solicitação feita pelo Governo Federal, sob alegação de haver uma cidade de mesmo nome e em maior estágio de desenvolvimento no Estado do Pará, além gerar problemas e embaraços quanto aos endereços postais.  A cidade então promove um concurso para escolher um novo nome, vencido pelo cabeleireiro conhecido pelo apelido de “Buzeco”, o Sr. José Manoel de Azevedo, que a batizou de Ituberá, nome também de origem tupi guarani, que significa Cachoeira Brilhante, Reluzente.
De acordo com a lei nº. 628, de 30 de dezembro de 1953, ficou então o município de Ituberá constituído de cinco Distritos, a saber: Ituberá – sede administrativa do Município; Gandú; Itamarí; Nova Ibiá e Pirai do Norte. Nas suas últimas décadas o município perdeu parte de seu território original, sendo hoje constituído pela sede administrativa – Ituberá e pelos povoados: Itaberoe; Rio do Campo, Barra do Seinhaém ,Vila de Itajaí e Colônia.

Foi a partir da década de 1950 que houve uma expansão no desenvolvimento regional que atraiu empresários nacionais e internacional á época um dos maiores do país, para cá vieram a construtora Odebrecht e seus sócios os principies de Orleans e Bragança para criar a SAICI S.A. Ituberá Comercio e Industria, a Standard Oil, a Firestone, a Usina Hidrelétrica de Pancada Grande e o Núcleo Colonial de Ituberá com  a Imigração japonesa  em 1954.
Anos mais tarde o Município assistiu o apogeu agrícola coma criação de inúmeras empresas e institutos ligados a este setor a exemplo da Agro Industrial, CEPLAC, SUDEVIA, Cultrosa, Agrisa, Brahma, Malibu, Satril, Jubiaba, Jacarandá, Contendas e tantas outras ,neste contexto as lavouras  permanentes exibiam o cacau, seringueira cravo da índia e  o guaraná.


Produção dos imigrantes japoneses em Ituberá |  Foto: Associação Cultura Nippo Brasileira  de Ituberá,


Apesar deste ciclo tenha sido reconhecido pela sua importância econômica e social a crise da vassoura de bruxa na década de 1980 na lavoura cacaueira levou os agricultores  a buscar novos caminhos para sustentabilidade, muitas famílias de  lavradores foram obrigados a migrarem para o sul do Brasil. Para os que resistiram tiveram que se adaptarem  as cadeias produtivas da pesca, da piaçava e da mandioca.
Em 1966  o Agrônomo Antônio Lemos Maia assim falou sobre a agricultura de Ituberá :” ... Com o aproveitamento da área rural de Ituberá; claro que a cidade progredirá; pois não existe cidade próspera em meio rural inculto e nem atraso em meio de riqueza.” Na atualidade o município de Ituberá se destaca nas produções agrícolas do guaraná, cupuaçu, cacau, piaçava, seringueira, pimenta do reino, cravo da índia, mangustão ,o rambutão e a pupunha.


Dendê, Cacau, Guaraná e Seringueira - Produtos típicos da região
Cravo, cupuaçu e piaçava - mais produtos típicos da região


Já na costa litorânea são realizadas pescas em mar aberto ou no próprio  canal do Rio Serinhaém  utilizando embarcações artesanais e motorizadas.

Barra de Serinhaém

Cachoeira de Pancada Grande

Referências:

 DIAS, Marcelo Henrique. Economia, sociedade e paisagens da capitania e comarca de Ilhéus no período colonial. 2007. 424 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói.

ODEBRECHT, Norberto. Desenvolvimento sustentável: a visão e a ação de um empresário: o caso do Baixo Sul da Bahia/ Norberto Odebrecht- Salvador: CRA- Centro de Recursos Ambientais, 2004.


 SILVA, Egnaldo Rocha. Ituberá: breve histórico. Ituberá-BA. Texto escrito a pedido da Sec. de Cultura e Turismo, 2011.